O filme "Quilombo", uma produção da Fundação Cultural Casimiro de Abreu em parceria com a Universidade Federal Fluminense (UFF), resgata um pouco da história do negro em nossa terra. Depois de intensa pesquisa feita, em especial na região serrana do município, descobriu-se descendentes vivos de quilombolas que ainda residem em seu lar original, com uma rica herança de costumes e tradições. O filme conta um pouco desta história e mostra a importância de se manter viva a lembrança de um período triste, tão marcante na construção de nosso país.
A
partir de depoimentos, narrativas históricas e leituras de documentos,
o curta de 16 minutos apresenta o debate acerca da ocupação das terras
e da retirada dos negros de área quilombola - a Constituição Federal
brasileira, através do artigo 216, do Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias, reconhece às comunidades remanescentes de
quilombo o direito à propriedade de suas terras - e reflete as
atitudes da sociedade em que estamos inseridos. A paisagem exuberante e
a garra da jovem equipe são o pano de fundo que se somam ao enredo
para garantir o sucesso da obra.
O documentário "Quilombo", foi selecionado pelo Comitê Científico do Festival Internacional de Filmes de Pesquisa Sobre Escravidão. O curta foi exibido em Paris no dia 21 de maio, no Museu do Quai Branly,
na França. Além de Paris, ele foi exibido em mais nove capitais do
mundo, dentre elas Dakar, Havana, Toronto e Rio de Janeiro. O tema do
concurso internacional este ano é “Cultura, Diáspora e Cidadania” e seleciona filmes do mundo inteiro. Participam do festival produções de pesquisa sobre a escravidão, as suas heranças e as formas de ressurgência contemporâneas.
O objetivo do filme “Quilombo” é
contribuir com a difusão da história regional dentro e fora do
município de Casimiro de Abreu. A equipe responsável pelas filmagens
foi composta por historiadores, professores, cineastas da Universidade
Federal Fluminense e profissionais da Fundação Cultural Casimiro de
Abreu. A trilha sonora é de ritmos africanos.
Claudia Rejane, presidente da
Fundação Cultural Casimiro de Abreu, comemora: “Ficamos contentes com a
notícia. Uma das metas da Fundação é acentuar a identidade cultural do
nosso município e a seleção do filme num festival internacional é, sem
dúvida, um importante passo nesta direção. Vamos torcer para que
Quilombo continue a firmar o nome de Casimiro de Abreu no cenário
cultural.”